EcoRodovias vence leilão da BR-101

Concessionária vai administrar trecho da estrada entre Bahia e a divisa do ES e RJ

Concessionária vai administrar trecho da estrada entre Bahia e a divisa do ES e RJ

O Consórcio Rodovia da Vitória, liderado pela EcoRodovias, venceu ontem o leilão de concessão da BR-101, no trecho entre a Bahia e a divisa do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Com deságio de 45,63%, a proposta do grupo superou a dos outros sete concorrentes (ver quadro) que participaram da disputa realizada na manhã de ontem na BM&F Bovespa, em São Paulo. Foi o primeiro leilão organizado pelo governo federal desde janeiro de 2009, quando foi licitada a BR-116, na Bahia.

As tarifas de pedágio devem variar entre R$ 1,21 e R$ 2,81 nas sete praças construídas nos 475,9 quilômetros (km) do trecho concedido. No total, o consórcio vencedor terá de investir R$ 2,15 bilhões ao longo de 25 anos de concessão. Mas boa parte desse montante deve ocorrer na primeira década.

De acordo com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, o edital determina que 50% do trecho tem de ser duplicado até o sexto mês de concessão, e o restante até o 10.º ano. Vários contornos terão de ser construídos, já que a estrada atravessa dezenas de municípios.

“É uma rodovia bastante importante. Está localizada numa das regiões com maior crescimento econômico do País”, justificou Marcelino Rafart de Serás, presidente do Grupo EcoRodovias, que detém 80% do consórcio vencedor (os outros 20% são da SBS Engenharia e Construção). A empresa administra 1.450 km de rodovias nas regiões Sul e Sudeste. Entre elas, Imigrantes, Anchieta e Ayrton Senna, em São Paulo.

Com base nos estudos da companhia, de capital aberto, o lance que resultou no deságio de 45,63% considera uma taxa de retorno de 10,47% – acima dos 8% estimados pela ANTT. Serás diz que a diferença deve-se ao fato de os dados do governo estarem baseados em estudo de 2009. De lá pra cá, destaca ele, muita coisa mudou, especialmente em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que influencia no fluxo de veículos nas estradas.

Apesar disso, o mercado não viu com bons olhos a agressividade da EcoRodovias. No pregão de ontem, as ações da companhia caíram 5,16% após o resultado do leilão. Por outro lado, o governo federal comemorou o resultado. “Estamos bastante satisfeitos”, afirmou o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Segundo ele, o leilão da BR-101 é o ponto intermediário para novas concessões no setor rodoviário.

As próximas licitações serão das BRs 116 e 040, em Minas Gerais. Os novos estudos encomendados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) deverão ser entregues até o fim de fevereiro. “Assim que o TCU liberar, lançaremos o edital”, diz Figueiredo, da ANTT. O ministro afirmou ainda que o governo estuda cerca de 10 mil km de estradas que poderão ser licitadas nos próximos anos. Sem considerar o leilão de ontem, que ainda será homologado, o País tem 14 concessões rodoviárias, de 4.763 km.

O Estado de S.Paulo

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