Uma pesquisa da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho mostra que, desde 2005, no continente, o número de trabalhadores expostos a riscos aumentou em alguns setores que tiveram crescimento de mão-de-obra, como logística, transporte e distribuição. Segundo o estudo, ainda hoje, os segmentos de logística e transporte estão entre os que apresentam taxas de acidentes de trabalho acima da média, por ter trabalhadores lidando com produtos pesados ou perigosos.
“Todos estes dados nos mostram a importância de investir continuamente em tecnologias que reduzam o risco de acidentes nas empresas. O setor de logística se destacou nos últimos 20 anos, porém a necessidade de movimentar volumes crescentes com agilidade aumenta também o desafio de entregar tudo isso com mais segurança”, analisa Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, empresa especializada em redução de danos em operações logísticas.
Realidade europeia
Segundo a pesquisa, a queda nos índices de acidentes fatais e não fatais foi similar neste período – 57% e 58%, respectivamente. A agência ressalta que quatro grandes setores (agricultura, construção, indústria e transporte) respondiam por 60% das ocorrências em 1998, apesar de contar com apenas 40% da mão-de-obra total ao longo desses 20 anos. E ainda de acordo com o estudo, a redução de acidentes nestes setores foi crucial para a redução total.
Entre os principais avanços que contribuíram para a redução de acidentes de trabalho, estão os equipamentos de segurança em veículos e máquinas, como alertas sonoros e luminosos para caminhões e empilhadeiras. “Hoje, já contamos com sensores que detectam a aproximação de pedestres antes mesmo destes entrarem no campo de visão dos operadores de veículos. É o que chamamos de dispositivos de segurança ativa, que não dependem do acionamento humano”, explica Moreira.
O levantamento da agência também apontou que o número de acidentes ocupacionais caiu quase 60% em 20 anos na Europa. No entanto, em setores como Logística e Transporte o risco de ocorrências vem crescendo, por conta do aumento da mão-de-obra nestes segmentos. O estudo foi publicado em 2023, com base em dados coletados entre 1998 e 2019 em 27 países membros da União Europeia.
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