CEO do MOVE3 faz um balanço da empresa e destaca práticas ESG

Investimento forte em tecnologia é outro destaque

Crédito financeiro

As práticas sustentáveis cada vez mais vêm sendo incorporadas de maneira primordial nas operações logísticas das empresas no Brasil. Além do óbvio objetivo, algumas empresas tem relatado o aumento de eficiência e lucro com isso. É o caso do último report da MOVE3 que cita os números do primeiro trimestre de 2023.

Guilherme Juliani é CEO do grupo e conversou com a redação sobre as ações ESG, veículos elétricos e os números da companhia no ano passado.


Frota&Cia:
 Quais, exatamente, são as práticas sustentáveis que a empresa vem incorporando nas plantas desde 2021?

Guilherme Juliani: A questão da sustentabilidade tem orientado um número cada vez maior de inovações nos processos do Grupo MOVE3, entre as quais destacamos:
assinatura digitais com o aplicativo DocuSign – o nosso administrativo diminuiu em 85% a quantidade de papel impresso e lixo produzido ao substituir os documentos físicos e utilizar o aplicativo de assinaturas digitais.
Reciclagem de materiais – nossas instalações são adaptadas para a reciclagem do lixo que produzimos na empresa, incentivando os colaboradores a fazerem o mesmo
Frota 100% elétrica – atualmente com 400 veículos, a frota 100% elétrica inclui caminhões, motos e bicicletas e continua em expansão
Entregas em modais sustentáveis – sempre que a distância permite, realizamos entregas sem emissão de gases de efeito estufa: a pé, em patinete ou em bicicletas comuns. Essa é outra iniciativa que segue em expansão

Frota&Cia: A empresa tem uma frota de 250 veículos elétricos, entre caminhões, motos e bicicletas. Vocês pretendem aumentar em quantos % esse número em 2023?

Guilherme Juliani: O planejamento do Grupo MOVE3 para 2023 contempla a expansão da frota de elétricos em pelo menos 15%.

Frota&Cia: Além das práticas já executadas, tem alguma inovação que vocês têm estudado para implementar?

Guilherme Juliani: Destaco algumas aqui. Descarte correto na fragmentação de cartões – separação e reciclagem dos materiais, na etapa de fragmentação dos cartões, reduzindo o depósito desses materiais em aterros sanitários.
Aplicativo com marcação do modal sustentável e mensuração em tempo real – estamos adaptando nosso aplicativo RT para mensurar nossas entregas feitas de forma sustentável, onde o entregador poderá realizar a marcação de qual modal está realizando – bicicleta, a pé, entre outros – e assim consigamos mensurar de maneira mais realista o quanto estamos realizando de entregas sustentáveis, disponibilizando, desta forma, relatórios para os clientes sobre o impacto positivo desse modal.
Treinamento e conscientização dos colaboradores e franquias – nosso objetivo é criar comunicações e disponibilizar treinamentos que mostrem a importância de atuar de forma mais sustentável durante os nossos processos de trabalho, bem como em seu dia a dia fora do trabalho, conscientizando e educando nossas franquias e colaboradores diretos em relação a quanto os pequenos gestos fazem uma grande diferença para a natureza e o meio ambiente.

Em fevereiro de 2022 a empresa investiu 70 milhões no seu Centro de Distribuição em São Bernardo do Campo

Frota&Cia: Como foram os números em 2022 da MOVE3?

Guilherme Juliani: Com 100 milhões de entregas e mais de 4 mil endereços visitados por dia, o Grupo MOVE3 realizou mais de 15 entregas por segundo ao longo do ano passado, em 1.152 cidades. O faturamento foi de R$ 1,1 bilhão em 2022 e a holding – cuja carteira de clientes inclui os principais bancos privados, a gigante do e-commerce Shopee, além de corporações farmacêuticas e marcas como Arezzo e Havaianas – se prepara para abrir capital na B³ em 2023.

Frota&Cia: Como a MOVE3 enxerga o mercado do e-commerce no momento?

Guilherme Juliani: A América do Sul é o mercado regional de comércio eletrônico que mais cresce mundialmente. Com população estimada de 625 milhões de habitantes até 2027, é o lar de uma em cada dez pessoas no mundo. Só com compras online, esses consumidores devem movimentar mais de US$ 16 bilhões. Os dados são do relatório South America E-Commerce Logistics Market Outlook 2027, da Bonafide Research e se referem ao período 2021- 2027. Estamos otimistas sobre a expansão do setor, mesmo considerando as variáveis negativas como os juros e preços dos combustíveis em alta, além da histórica precariedade das estradas do País.

Frota&Cia: Existe alguma grande dificuldade que a empresa encontra no segmento?

Guilherme Juliani: Aqui e nos outros países, a last mile segue como o maior desafio, por ser a etapa mais cara e menos eficiente da cadeia logística. Entregar a encomenda nas mãos de quem a comprou online é um desafio cada vez mais complexo, por envolver desde a falta de tempo do cliente para receber até locais sem porteiro ou mesmo CEP. No caso do MOVE3, estamos ampliando o uso de lockers no B2C, porque esses armários inteligentes instalados em locais como postos de gasolina, têm se mostrado eficientes na última milha, se adequando à agenda de cada consumidor, e sustentáveis, já que em uma única viagem deixamos dezenas de pacotes e poupamos dezenas de deslocamentos e emissões de gases.

Frota&Cia: Tendo caminhões elétricos, a bateria e carregamento são um problema?

Guilherme Juliani: A expansão das linhas e rotas percorridas pelos caminhões elétricos segue um minucioso planejamento, que inclui o intuito de minimizar áreas com déficit de carregamento. Assim, a frota e o meio ambiente usufruem desse formato ambientalmente adequado sem maiores riscos.

Entre seus clientes estão Itaú, Nubank e Arezzo

Frota&Cia: A inteligência artificial entra em alguma parte do processo da Move3?

Guilherme Juliani:  Sim, a IA já faz parte do cotidiano da holding. Cito alguns exemplos:

big data para prever possíveis devoluções antes do envio das encomendas. Analisamos os dados de todas as entregas realizadas e das devoluções. Assim, diante de uma nova entrega para um destino que a gente tem histórico de devolução, temos rotinas para avisar o cliente que aquele endereço é potencialmente uma devolução.

ajuste dos volumes de roteirização em diferentes equipamentos. Dispomos de várias ferramentas que nos permitem saber quanto conseguimos roteirizar em cada um dos equipamentos, além de sabermos quanto recebemos de coleta nos nossos clientes. Assim, é possivel direcionar para cada equipamento a quantidade adequada de encomendas de modo a não gerar um backlog expressivo por gargalo operacional, validação de faturas de clientes e fornecedores: colocamos essas faturas em um modelo padrão do nosso sistema e fazemos o cruzamento entre o valor que era esperado e o que de fato a gente recebeu dos fornecedores, além de aplicação de multas em franquias: usamos robôs para validarem os desvios dos fluxos operacionais padrões das franquias e a geração de multas a partir do uso de RPAs

Frota&Cia: Quais as perspectivas, entre mercado geral e a empresa em sí, da MOVE3 para 2023?

Guilherme Juliani:  Como já foi dito, as perspectivas para o mercado em geral são positivas, mesmo considerando fatores como juros e combustíveis em patamares elevados. Em relação à holding, estamos dando continuidade a uma sequência de M&A, iniciada em 2021. O objetivo é a especialização e excelência do Grupo MOVE3 no e-commerce, porque a gente entende que esse setor, especialmente a distribuição do last mile que é a nossa principal característica, veio para ficar e vai perdurar nos próximos 20, 30 anos. Esse é o futuro que imaginamos e cada vez mais vamos estar preparados. Esse é só o começo de uma esteira de aquisições. Devemos ter pelo menos mais dois M&A este ano, também em last mile.

Guilherme Juliani, CEO do Grupo MOVE3

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