Burocracia e mudanças no PSI-Finame atrapalham vendas de caminhões

Queda no volume de emplacamento de veículos foi de 13,5% em novembro

Queda no volume de emplacamento de veículos foi de 13,5% em novembro

As concessionárias de caminhões tinham expectativa de bater recordes de vendas no último trimestre do ano, já que no dia 30 chega ao fim a linha PSI-Finame, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), nas condições atuais de juros de 4% ao ano. A burocracia na obtenção do financiamento, porém, atrapalhou o ritmo de vendas.

Em novembro, a demanda até se mostrou favorável, mas isso não se traduziu em aumento de emplacamentos no mês passado ante outubro. Pelo contrário, houve retração de 13,5%, apontam dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). “A venda até existiu, mas o faturamento não”, cita Teodoro da Silva, diretor de rede Iveco Vetelli, sediada em São Bernardo.

Isso por causa das idas e vindas do BNDES, que paralisou o recebimento de propostas de crédito no dia 29 de outubro, em plena Fenatran (o Salão Internacional de Transporte, principal evento do setor no País), o que obrigou as entidades do segmento a se movimentarem, indo a Brasília para pedir que fossem destinados mais recursos para essa linha e fosse reativado o financiamento. Dias depois, o PSI foi retomado e houve postergação do prazo para a entrada dos pedidos (que terminaria em novembro e foi estendido até dia 13), mas as dificuldades para a efetivação dos negócios se arrastaram,também pela necessidade de adequação dos agentes (as instituições financeiras que operam as linhas do banco do governo) às mudanças nas normas.

Esses problemas burocráticos contribuíram para afetar os resultados do setor no mês, mas algumas marcas tiveram alta na comercialização. “Para nós, houve aquecimento. Existe hoje até falta de modelos”, diz o gerente da Volkswagen Apta Antônio Pascual Parames, o Toninho. “A Scania bateu recorde, vendeu 2.175 unidades, houve corrida às compras por causa do PSI”, assinala o gerente da revenda Codema em São Bernardo, Maurício Miranda, que registrou alta de 15% nas vendas em novembro. Os números são significativos, já que a montadora é focada em caminhões pesados.

Para dezembro, as expectativas são de desaceleração da procura, já que este é um mês curto, por causa das festas de fim de ano e também por tradicionais paradas de produção das montadoras. Além disso, haverá apenas mais uma semana para a entrada de pedidos no BNDES para os transportadores se beneficiarem dos juros de 4% ao ano. “Deverá ser um dos piores meses do ano”, prevê Toninho, da Apta. “Estamos prevendo vendas 40% menores”, afirma Silva, da Iveco.
Os concessionários agora aguardam a definição do governo em relação à nova taxa do PSI-Finame (que é destinado à compra de caminhões, ônibus e máquinas) para 2014. Representantes da União já informaram que a linha será prorrogada, mas os juros deverão subir.

FONTE: SETCESP

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