Os dados compilados pelo portal MobiliDADOS revelam um cenário alarmante e estrutural nas capitais do Nordeste em que a mobilidade urbana não apenas reflete, mas aprofunda desigualdades sociais, ambientais e raciais. Enquanto as taxas de motorização disparam, como em Teresina (616,46 veículos por mil habitantes) e Natal (556,67), a infraestrutura para transporte coletivo, pedestres e ciclistas permanece insuficiente, precária e, sobretudo, excludente.
Um padrão perverso se repete e quanto menor a renda, maior a dificuldade de acesso a transporte digno. Em São Luís, apenas 1,57% da população que ganha até meio salário mínimo vive perto de ciclovias, contra 5,93% dos mais ricos. Em Fortaleza, onde 56,03% dos moradores têm acesso a vias cicláveis, a parcela mais pobre fica com apenas 44,61%. Mulheres negras, as mais afetadas, têm cobertura ainda menor, como em Recife, onde só 25,9% residem próximas a essa infraestrutura.
O transporte público de média e alta capacidade é quase inexistente. Em João Pessoa, Maceió e São Luís, 0% da população tem acesso a estações, enquanto em Fortaleza e Recife, o serviço chega a menos de 25% dos moradores, com exclusão gritante da baixa renda. O resultado? Deslocamentos longos (37,5 minutos em média em São Luís) e populações periféricas gastando até duas horas por dia em trajetos ineficientes.
Diante de todos os dados que veremos a seguir, fica evidente a necessidade de investir em transporte coletivo acessível e integrado, com prioridade para corredores de ônibus e metrô; redesenhar as cidades para pedestres e ciclistas, combatendo a segregação espacial; regular o uso de motos e reduzir emissões, com incentivos a energias limpas; bem como enfrentar o racismo estrutural nos dados de violência no trânsito.
Aracaju (Sergipe)
Aracaju, capital de Sergipe, apresenta um cenário de mobilidade urbana marcado por contrastes. Com uma taxa de motorização de 514,76 veículos para cada mil habitantes, a cidade reflete a dependência do transporte individual, enquanto a infraestrutura para pedestres e ciclistas ainda avança a passos lentos.
Apesar de 88,16% dos domicílios terem calçadas em seu entorno, apenas 7,79% contam com rampas para cadeirantes, evidenciando barreiras à acessibilidade. O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 31 minutos, mas 8,17% da população gasta mais de uma hora nesse trajeto, revelando disparidades na eficiência do transporte.
As emissões de CO₂ por habitante chegam a 653,08 kg/ano, com altos índices de material particulado (96,42 g/hab.) e NOx (1.725,39 g/hab.), fatores que impactam diretamente a qualidade do ar e a saúde pública.
Apenas 28,53% da população vive próxima a infraestrutura cicloviária, com desigualdades evidentes. Por exemplo, enquanto 27% das pessoas que ganham entre 1 e 3 salários mínimos têm acesso, o número cai para 20,62% entre os que recebem até meio salário mínimo. Mulheres negras são ainda mais afetadas, com apenas 23,42% de cobertura.
Chama atenção a total falta de acesso a estações de transporte de média e alta capacidade, onde 0% da população, independentemente de renda, gênero ou raça, vive próximo a esse tipo de infraestrutura.
A taxa de mortalidade no trânsito é de 25,42 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas as maiores vítimas (14,87/100 mil). Pedestres e ciclistas também sofrem, com 3,42 e 2,68 mortes por 100 mil, respectivamente. A população negra corresponde a 88,89% das vítimas fatais, destacando o componente racial nessa tragédia urbana. As internações por acidentes de trânsito reforçam o problema: 413,93 casos por 100 mil habitantes, com os motociclistas novamente no topo (354,70/100 mil).
Os dados revelam a necessidade de políticas públicas que priorizem transporte coletivo de qualidade, infraestrutura segura para ciclistas e pedestres, e ações para reduzir as emissões poluentes. A desigualdade no acesso à mobilidade, somada à violência no trânsito exige medidas urgentes para transformar Aracaju em uma cidade mais justa e sustentável.
Fortaleza (Ceará)
Fortaleza, uma das maiores capitais do Nordeste, apresenta dados que revelam tanto progressos quanto desafios em mobilidade urbana, infraestrutura e segurança no trânsito. Com 466,5 veículos para cada mil habitantes, a cidade reflete uma tendência nacional de crescimento da frota, mas também enfrenta problemas como emissões poluentes, desigualdade no acesso a transporte público e altas taxas de acidentes.
Apesar de 82,95% dos domicílios terem calçadas no entorno, apenas 1,6% possuem rampas para cadeirantes, evidenciando deficiências na acessibilidade. Quando o assunto é mobilidade ativa, 56,03% da população vive próxima a ciclovias, mas a distribuição é desigual, considerando que enquanto 73,45% das pessoas com renda acima de três salários mínimos têm acesso, apenas 44,61% daqueles que ganham até meio salário mínimo estão nessa condição. Mulheres negras são ainda mais afetadas, com apenas 48,69% de proximidade com infraestrutura cicloviária.
O transporte público também mostra disparidades, pois apenas 13,95% dos fortalezenses moram perto de estações de média e alta capacidade. Entre a população mais pobre (até meio salário mínimo), esse número cai para 8,4%, enquanto entre mulheres negras é de 10,52%.
A motorização elevada reflete-se nas emissões de poluentes, já que cada habitante emite o equivalente a 555,44 kg de CO₂ por ano, além de 89,06 gramas de material particulado e 1.535,28 gramas de NOx, que são gases associados a problemas respiratórios e ambientais.
Os sinistros de trânsito também preocupam, como a taxa de mortalidade de 7,47 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas as maiores vítimas (4,07/100 mil). Pedestres correspondem a 2,18 mortes/100 mil, e ciclistas, 0,52/100 mil. A população negra é a mais atingida, representando 85,64% das vítimas fatais.
O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 35,2 minutos, mas 12,7% dos fortalezenses gastam mais de uma hora nesse trajeto, um indicador de ineficiência no sistema de transportes.
Apesar dos desafios, Fortaleza tem investido em ciclovias (80% das estações de transporte estão integradas a essa malha) e em políticas de segurança viária. No entanto, os dados mostram que é preciso reduzir desigualdades, melhorar o transporte público e garantir acessibilidade universal para tornar a cidade mais sustentável e inclusiva.
João Pessoa (Paraíba)
A capital paraibana, João Pessoa, apresenta um cenário complexo em mobilidade urbana, acessibilidade e segurança viária, segundo indicadores recentes. Com uma taxa de motorização de 498,91 veículos para cada mil habitantes, a cidade reflete uma crescente dependência do transporte individual, enquanto a infraestrutura para pedestres e ciclistas ainda é limitada.
Apesar de 76,28% dos domicílios terem calçadas no entorno, apenas 2,11% possuem rampas para cadeirantes, evidenciando dificuldades para pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, apenas 21,59% da população vive próxima a ciclovias, com disparidades socioeconômicas: enquanto 34,77% dos que ganham mais de três salários mínimos têm acesso, apenas 12,41% dos que recebem até meio salário mínimo estão nessa condição. Mulheres negras (16,43%) e a população de baixa renda (16,74% até um salário mínimo) são os mais afetados pela falta de infraestrutura cicloviária.
João Pessoa não possui estações de transporte de média ou alta capacidade, o que impacta diretamente na eficiência dos deslocamentos. O tempo médio casa-trabalho é de 29,8 minutos, mas 7,25% dos moradores gastam mais de uma hora nesse trajeto.
A emissão de poluentes preocupa: cada habitante emite, em média, 591,94 kg de CO₂ por ano, além de 93,79 gramas de material particulado e 1.516,20 gramas de NOx. Esses poluentes estão associados a problemas respiratórios e ao agravamento das mudanças climáticas.
A taxa de mortalidade no trânsito é de 21,43 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas (9,93) e pedestres (2,54) os mais vulneráveis. Dados alarmantes mostram que 87,57% das vítimas fatais são pessoas negras. As internações por acidentes de trânsito também são altas (388,52 por 100 mil hab.), com motociclistas representando 315,85 casos.
Os números destacam a necessidade de políticas públicas que priorizem transporte coletivo eficiente, infraestrutura segura para pedestres e ciclistas, e ações para reduzir acidentes, especialmente entre populações mais vulneráveis. Enquanto a cidade cresce, a mobilidade sustentável e inclusiva deve ser prioridade para garantir qualidade de vida a todos os pessoenses.
Maceió (Alagoas)
Dados recentes sobre mobilidade urbana em Maceió revelam um cenário de desigualdade, com desafios na acessibilidade, altas emissões de poluentes e riscos no trânsito. A capital alagoana tem 388,31 veículos para cada mil habitantes, refletindo uma forte dependência do transporte individual. Enquanto isso, apenas 12,1% da população vive próxima a infraestrutura cicloviária, com disparidades marcantes por renda: entre os mais pobres (até ½ salário mínimo), esse percentual cai para 3,75%, enquanto nos mais ricos (acima de 3 salários) sobe para 23,9%.
A cidade também enfrenta problemas de inclusão, uma vez que apenas 5,86% dos domicílios têm rampas para cadeirantes no entorno. Além disso, nenhuma parcela da população tem acesso a estações de transporte de média ou alta capacidade, evidenciando a carência de um sistema eficiente de ônibus ou metrô. O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 35,5 minutos, e 13,5% dos moradores gastam mais de uma hora nesse trajeto.
As emissões de poluentes preocupam: cada habitante de Maceió emite 619,4 kg de CO₂ por ano devido ao uso de combustíveis, além de 105,27 gramas de material particulado e 2.008,25 gramas de NOx. No trânsito, a taxa de mortalidade é de 15,03 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas as maiores vítimas (7,08/100 mil). A desigualdade racial também aparece nesse cenário: 98,06% das mortes no trânsito são de pessoas negras.
Dessa forma, fica evidente que a cidade precisa investir em transporte público, ciclovias e calçadas acessíveis – hoje presentes em 71,46% dos entornos de domicílios, mas sem garantia de qualidade. A baixa proximidade da população pobre à estrutura cicloviária (5,9% entre quem ganha até 1 salário mínimo) e a ausência de transporte de alta capacidade mostram a urgência de políticas públicas inclusivas.
Natal (Rio Grande do Norte)
A capital potiguar possui 556,67 veículos para cada mil habitantes, refletindo uma crescente dependência do transporte individual. No entanto, os dados revelam desafios significativos em mobilidade urbana, acessibilidade e segurança no trânsito.
Enquanto 72,65% dos domicílios têm calçadas no entorno, apenas 2,75% contam com rampas para cadeirantes, evidenciando a falta de acessibilidade. A infraestrutura cicloviária também é limitada: apenas 11,38% da população vive próxima a ciclovias, com disparidades econômicas – quem ganha mais de três salários mínimos tem 14,11% de acesso, contra 5,47% para quem recebe até meio salário. Mulheres negras estão em desvantagem, com apenas 7,43% de proximidade a ciclovias.
Natal não tem nenhuma estação de transporte de média ou alta capacidade, afetando toda a população, especialmente os mais pobres. O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 31,8 minutos, mas 8,76% dos natalenses gastam mais de uma hora nesse trajeto.
A cidade emite 607,38 kg de CO₂ por habitante devido ao uso de combustíveis, além de altos índices de material particulado (96,57 g/hab) e NOx (1.645,79 g/hab). O trânsito também é letal: a taxa de mortalidade é de 10,37 mortes por 100 mil habitantes, com motociclistas (2,45) e pedestres (2,34) como as maiores vítimas. 98,92% das mortes são de pessoas negras, mostrando um grave viés racial. As internações por acidentes chegam a 480,37 por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas os mais afetados (349,26).
Os números destacam a necessidade de investimentos em transporte público, ciclovias e calçadas acessíveis, além de políticas para reduzir acidentes e poluição. Enquanto a motorização avança, a infraestrutura para pedestres, ciclistas e usuários de transporte coletivo ainda é insuficiente em Natal.
Recife (Pernambuco)
Recife, uma das principais metrópoles do Nordeste, enfrenta desafios significativos em mobilidade urbana, conforme revelam dados recentes. Com 440,62 veículos para cada mil habitantes, a cidade apresenta uma das maiores taxas de motorização do país, refletindo a dependência do transporte individual e seus impactos no trânsito e no meio ambiente.
Enquanto 74,54% dos domicílios têm calçadas no entorno, apenas 4,6% contam com rampas para cadeirantes, evidenciando a falta de acessibilidade. A infraestrutura cicloviária atende 37,29% da população, mas com disparidades: enquanto 53,99% das pessoas com renda acima de três salários mínimos vivem próximas a ciclovias, apenas 22,24% da população que ganha até meio salário mínimo têm o mesmo acesso. Mulheres negras são ainda mais afetadas, com apenas 25,9% residindo perto de vias cicláveis.
O transporte público também mostra desigualdades, considerando que apenas 24,1% dos recifenses moram perto de estações de média e alta capacidade. Entre a população mais pobre (até meio salário mínimo), esse número cai para 16,38%, enquanto mulheres negras de baixa renda têm apenas 17,2% de cobertura.
O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 34,7 minutos, mas 11,22% da população gasta mais de uma hora no trajeto. O uso intenso de veículos movidos a combustíveis fósseis contribui para altas emissões poluentes: 563,26 kg de CO₂ por habitante, além de 95,44g de material particulado e 1.631,88g de NOx por pessoa anualmente.
Recife registra 21,07 mortes no trânsito por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas os mais afetados (10,78 óbitos). Pedestres correspondem a 6,08 mortes, enquanto ciclistas somam 1,38. A população negra representa 70,29% das vítimas fatais, destacando a vulnerabilidade socioeconômica. As internações por acidentes de trânsito chegam a 35,26 por 100 mil habitantes, com motociclistas correspondendo a 86% dos casos (30,42 internações).
Sendo assim, a expansão de transporte público, ciclovias e calçadas acessíveis é urgente para reduzir as desigualdades. Enquanto a cidade avança em alguns indicadores, como a integração cicloviária (46% das estações de transporte têm conexão com ciclovias), ainda há um longo percurso para garantir mobilidade segura e sustentável para todos os recifenses.
São Luís (Maranhão)
A capital maranhense, São Luís, possui 419,69 veículos para cada mil habitantes, um índice que reflete a crescente dependência do transporte individual. No entanto, a cidade enfrenta desafios significativos em mobilidade urbana, acessibilidade e segurança no trânsito, segundo indicadores recentes.
Apenas 64,93% dos domicílios têm calçadas no entorno, e o percentual de vias com rampas para cadeirantes é extremamente baixo: 1,91%. Além disso, a infraestrutura cicloviária atinge apenas 6,17% da população, com desigualdades marcantes: enquanto 5,93% das pessoas com renda acima de três salários mínimos têm acesso a ciclovias, apenas 1,57% da população que ganha até meio salário mínimo conta com essa facilidade.
O tempo médio de deslocamento casa-trabalho é de 37,5 minutos, e 14,19% dos moradores gastam mais de uma hora nesse trajeto. A poluição também preocupa: cada habitante emite 902,88 kg de CO₂ por ano, além de 160,97 gramas de material particulado e 3.495,83 gramas de NOx devido ao uso de combustíveis.
A taxa de mortalidade no trânsito é de 20,34 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas as maiores vítimas (6,09 mortes/100 mil), seguidos por pedestres (3,32) e ciclistas (0,45). 78,85% das mortes são de pessoas negras, evidenciando a vulnerabilidade desse grupo.
Chama atenção a ausência de estações de transporte de média e alta capacidade, já que 0% da população tem acesso a esse tipo de infraestrutura, independentemente de renda ou gênero.
Os dados revelam uma cidade com alto índice de motorização, mas com graves deficiências em mobilidade sustentável, acessibilidade e segurança viária, impactando principalmente a população mais pobre e negra. A falta de investimento em transporte público e infraestrutura para pedestres e ciclistas agrava os problemas de deslocamento e poluição em São Luís.
Teresina (Piauí)
Teresina, capital do Piauí, reflete os contrastes típicos das cidades brasileiras quando o assunto é mobilidade urbana. Com uma taxa de motorização de 616,46 veículos para cada mil habitantes, a cidade enfrenta desafios como emissões poluentes, falta de acessibilidade e altos índices de acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motociclistas.
Apesar de 72,04% dos domicílios terem calçadas no entorno, apenas 2,59% possuem rampas para cadeirantes, evidenciando a carência de acessibilidade. Quando o assunto é mobilidade ativa, apenas 11,87% da população vive próxima a ciclovias, com disparidades econômicas: enquanto 22,44% dos que ganham mais de três salários mínimos têm acesso, apenas 8,84% dos que recebem até meio salário contam com essa infraestrutura.
O transporte público também mostra desigualdades, considerando que 18,59% da população está próxima a estações de média e alta capacidade, mas nenhuma pessoa de baixa renda (até três salários mínimos) ou mulheres negras têm acesso a esse serviço.
A emissão de poluentes preocupa: cada teresinense é responsável por 808,10 kg de CO₂ por ano, além de 140,64 gramas de material particulado e 2.765,04 gramas de NOx. Esses números refletem a dependência de veículos movidos a combustíveis fósseis.
Os acidentes de trânsito são outro grave problema com uma taxa de mortalidade de 33,18 mortes por 100 mil habitantes, sendo os motociclistas as principais vítimas (21,12 mortes/100 mil). 80,28% das vítimas fatais são negras, evidenciando a vulnerabilidade social no trânsito.
O tempo médio para ir de casa ao trabalho é de 27,6 minutos, e 5,55% da população gasta mais de uma hora nesse trajeto. A falta de integração entre modais e a insuficiência de transporte coletivo contribuem para esses números.
Por isso, Teresina poderia direcionar seus esforços na expansão de ciclovias, especialmente em áreas periféricas; transporte público de qualidade, com inclusão da população mais pobre; políticas de segurança viária, com foco em motociclistas e pedestres; redução de emissões por meio do incentivo para veículos menos poluentes. Se por um lado Teresina avança em alguns indicadores, os dados mostram que a inclusão social e a sustentabilidade ainda são desafios urgentes para a mobilidade urbana na capital.