O Brasil possui aproximadamente 2,2 milhões de caminhões em operação, e o transporte por rodovias é responsável por mais de 60% do fluxo de mercadorias no território nacional, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Nesse contexto, a Agência Nacional de Transportes estabeleceu, através da Resolução nº 6.068/2025, a exigência do seguro para empresas de transporte rodoviário de cargas. A determinação deve afetar diretamente transportadoras, embarcadores e operadores logísticos em todo o país e ressalta a função estratégica do seguro na proteção de frotas.
“Com a nova norma, os embarcadores começam a requerer que as transportadoras possuam uma apólice de RCV para terceiros. Se isso não ocorrer, o emissor do MDF-e deverá adquirir esse seguro, o que influencia diretamente nos gastos da operação. Essa regra destaca a relevância do seguro como um componente indispensável para uma logística contemporânea e eficaz. Em um segmento que necessita de previsibilidade e desempenho, dispor de coberturas apropriadas é crucial para reduzir ameaças, resguardar patrimônio e assegurar a manutenção das atividades”, esclarece Anderson Dineis, Gerente de Negócios (TruckPag Seguros) da TruckPag.
Para ilustrar, as coberturas existentes no mercado abrangem desde apólices que resguardam os caminhões em situações de acidentes ou imprevistos, incluindo prejuízos ao veículo, motoristas, passageiros e terceiros afetados, até alternativas mais segmentadas, como seguros exclusivos para terceiros. A seleção dependerá do perfil da transportadora e do grau de proteção necessário. “As vantagens são diversas, mas a principal é assegurar que, em circunstâncias adversas como batidas ou extravio de carga, o motorista e a transportadora contem com amparo financeiro e suporte técnico ágil”, comenta Dineis.
Atendimento Customizado
Além da proteção contratual, o mercado segurador na área de logística tem desenvolvido um atendimento mais customizado para as empresas. Segundo o executivo, as transportadoras têm procurado por serviços que ultrapassam a apólice convencional, como capacitações específicas para condutores feitas nas próprias empresas, assim como acompanhamentos preditivos que auxiliam a reduzir riscos operacionais. “Trata-se de ações que colaboram com o gerenciamento do cansaço dos motoristas e a evitabilidade de acidentes. É isso que as transportadoras demandam atualmente: uma proposta mais próxima e adaptável”, enfatiza.
Outra tendência que vem se consolidando no segmento é a utilização de inteligência artificial para a análise de riscos, determinação de preços mais assertiva e acompanhamento de ocorrências. Essas ferramentas possibilitam uma administração mais estratégica, vinculada ao rendimento da frota e à diminuição de sinistros. “Além do emprego da IA, é vital fomentar programas e práticas recomendadas entre os colaboradores, destacando que o seguro está em sintonia com a transformação digital do setor e com o aprimoramento da segurança e do rendimento operacional”, acrescenta o gerente.
A previsão é que a demanda por seguros mantenha trajetória de expansão nos próximos anos, motivada não somente pelos riscos inerentes à atividade, mas também por uma maior percepção sobre a relevância da proteção para a perenidade do empreendimento. “Mais do que um documento, o seguro se firmou como uma solução tática incorporada à administração das transportadoras. Ele favorece a segurança, a continuidade e a competitividade em um setor que conduz grande parte da economia brasileira sobre pneus”, conclui Dineis.