Case Comercial Zaffari e TOTVS: Implementação de cross-docking aumenta produtividade em 25% e reduz equipe

Por Victor Fagarassi

- dezembro 17, 2025

Centro administrativo

Um centro de distribuição operando no turno da madrugada, com uma equipe numerosa, processos manuais e gargalos que geravam retrabalho e perdas. Este era o cenário no Comercial Zaffari, referente à operação de cross-docking (separação e redistribuição rápida de mercadorias) para produtos perecíveis. Hoje, a realidade é outra: a separação ocorre em horário comercial, com 54% menos pessoas no processo, ganho de 25% em produtividade e muito mais assertividade. A transformação foi possível graças à implementação de um novo modelo de separação otimizada, em parceria com a TOTVS.

A mudança, conforme detalhada por Thiago, analista de soluções, e Felipe, gerente de soluções, foi profunda. Antes, o processo era fragmentado: receber, armazenar, gerar uma carga para as lojas, separar novamente e só então expedir. “Antigamente eu tinha que receber, armazenar, pegar, gerar a carga desse produto para poder enviar para as lojas. E aí separar novamente, carregar e enviar”, descreve Thiago.

O novo fluxo: agilidade e visibilidade

Com o novo sistema, batizado internamente de “seleção inversa” ou “separação unificada”, o caminho foi encurtado radicalmente. Agora, o pallete recebido já é direcionado para uma área de staging (preparação). Lá, um único conferente desmembra a carga unitária e separa as quantidades exatas para cada loja destino de uma só vez, otimizando o deslocamento. Em seguida, os produtos separados são movidos verticalmente para um stage out aéreo, onde cada posição corresponde a uma loja específica.

“Hoje eu recebo, mando para o stage, faço a separação, já movimento para o stage out”, explica Thiago. “Para carregar a loja 10, eu chego no prédio 10, vejo a quantidade de pallets e já sei o que enviar para o caminhão”. Essa verticalização foi crucial para otimizar o espaço limitado destinado a perecíveis.

Felipe e Thiago
Felipe e Thiago participaram diretamente da implementação desta solução

A implementação, que já havia sido tentada sem sucesso em outras ocasiões, foi um caso de sucesso na primeira virada com o novo modelo. O segredo, segundo a dupla, foi o desenho do processo “muito pensado para a operação” e o intenso trabalho de treinamento e acompanhamento in loco. Thiago passou quase dois meses no centro de distribuição, assegurando o engajamento das equipes. “Meu maior cliente é o pessoal da operação”, brinca. “Se eles não compram a ideia, não funciona”.

Felipe complementa: “O processo antigo ia em desencontro com a operação. Esse novo foi muito de encontro. Isso trouxe ganhos gigantescos de assertividade, menos quebra e menos perda de produto”.

Os números impressionam

  • Redução de 12 para 5 pessoas no processo de cross-dock para perecíveis.

  • Diminuição de 54% no tempo de trabalho dedicado à tarefa.

  • Aumento de 25% na produtividade.

  • Eliminação de etapas como a geração manual de cargas.

O sucesso nos perecíveis foi tão expressivo que o modelo já foi estendido para a mercearia, com cerca de 4 mil SKUs (itens) agora seguindo o mesmo fluxo ágil.

A tecnologia como pilar para o futuro

Para os executivos, soluções tecnológicas que integram perfeitamente o sistema ao chão de fábrica são indispensáveis para a escala e precisão exigidas hoje. “Ele me entrega a rastreabilidade que, às vezes, a gente não consegue no papel”, afirma Felipe. Sem esse controle, aumentam os riscos de envio para lojas erradas, problemas de inventário e rupturas nas gôndolas.

E os planos não param. O Comercial Zaffari já avança para a próxima fronteira: a automação com um sorter (esteira seletora) de mais de 1 km de extensão, previsto para começar a operar em 2026. “O cross funcionando é a base para usar o sorter”, adianta Thiago. A esteira, com leitores por código de barras, permitirá que as caixas recebidas sejam automaticamente direcionadas para a rampa de expedição correta, elevando a eficiência a outro patamar.

A história do case no Comercial Zaffari ilustra como a combinação certa de tecnologia robusta, processo bem desenhado e foco na experiência do operador não só resolve problemas logísticos complexos, mas também abre caminho para as inovações do amanhã.

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