Em um movimento estratégico durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou, a bordo do pioneiro barco-escola JAQ H1, a assinatura ainda este ano do decreto que regulamenta as leis do hidrogênio e institui o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono. A medida, anunciada durante visita técnica à embarcação em Belém no último dia 10, prevê a liberação de R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais até 2032, com o objetivo de posicionar o Brasil como uma referência global em hidrogênio verde e geração de energia limpa.
O anúncio foi realizado no contexto do projeto JAQ Hidrogênio, uma iniciativa do Grupo Náutica que apresenta o JAQ H1 como a primeira embarcação-escola do mundo movida a hidrogênio verde. Com 36 metros de comprimento e operando com zero emissões durante o evento, o barco funciona como uma plataforma flutuante de educação ambiental, pesquisa aplicada e debates sobre a transição energética. O ministro destacou o potencial da costa e dos rios brasileiros para a adoção dessa tecnologia, afirmando que o hidrogênio “veio para ficar” e que o foco agora é “ganhar escala e baratear custos”.

O projeto do JAQ Hidrogênio é estruturado em fases. A embarcação atual, JAQ H1, já opera sua hotelaria interna com energia proveniente de célula a combustível a hidrogênio. Está prevista para 2026 a instalação de um sistema de propulsão híbrido que reduzirá em 80% as emissões de carbono. O ápice do projeto será em 2027, com o lançamento do JAQ H2, uma embarcação de 50 metros projetada para ser autossuficiente, produzindo o próprio hidrogênio a bordo a partir da água do mar.
O complexo do JAQ na COP30, que inclui um lounge de 540 m² e a embarcação, serve como ponto de encontro para uma coalizão de empresas parceiras, incluindo a GWM Hydrogen, a Itaipu Parquetec e outras. O sistema de energia do barco, fornecido pela GWM, consiste em um contêiner com tanques de hidrogênio pressurizado, baterias elétricas e uma célula a combustível, que gera eletricidade tendo como único subproduto água.
Ernani Paciornik, idealizador do projeto e presidente do Grupo Náutica, enfatizou a missão educativa e simbólica da iniciativa. “Nosso objetivo é cuidar dos biomas, navegar sem poluir e, ao mesmo tempo, levar educação, e mostrar que o Brasil está preparado para liderar essa transformação“, declarou. Após a COP30, o JAQ H1 iniciará uma jornada educativa por portos de capitais brasileiras, consolidando-se como um legado tangível da conferência para a promoção de uma economia marítima e fluvial de baixo carbono.
