Estudo mostra que 62% das empresas acusaram queda no faturamento e uma defasagem média de 16,95% no preço dos fretes
A NTC&Logística divulgou ontem (1/jan) o resultado da pesquisa realizada com as empresas do transporte rodoviário de cargas, que traz o panorama do setor em 2017, incluindo a situação de custos e fretes praticados. O anúncio foi feito na reunião do Conet&Intersindical, que acontece na cidade de Natal(RN), com a presença de líderes e empresários do TRC.
O levantamento efetuado pela entidade, que contou com a participação de 2.495 empresas de todo o Brasil, apontou uma defasagem de 20,60% no preço dos fretes de carga lotação e 13,95% na carga fracionada, resultando em uma média de 16,95%. “Apesar da pequena recuperação do frete em 2017, isso não foi suficiente para recompor a defasagem acumulada nos últimos anos”, explicou Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística.
De acordo com a pesquisa, no ano passado, 62% das empresas entrevistadas acusaram queda no faturamento e 47,6% diminuíram de tamanho, em decorrência da retração da economia brasileira. Em função da crise, toda a cadeia produtiva do transporte foi afetada e o pagamento do frete ficou prejudicado. Mais da metade (52,4%) das transportadoras estão com fretes a receber em atraso, com uma demora média de 25,9 dias para receber o pagamento. Em decorrência do fato, 40,6% delas estão com parte da frota ociosa e 29,3% sofrem com alguma ação trabalhista.
Aumentos dos custos
Os fatores que mais contribuíram para esta situação em 2017 foram, em primeiro lugar, os aumentos dos custos, em especial o do combustível (9,44% nos postos e 12,49% nas distribuidoras), depois as majorações de salários, que chegaram a 4,50%, aumento das despesas administrativas da ordem de 3,55%, manutenção (1,94%), preço dos pneus novos (7,56%) e preço dos veículos (8,60%).
José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística, explica que o setor de transporte rodoviário de carga foi fortemente atingido pela situação econômica dos últimos quatro anos. Segundo o dirigente, as empresas transportadoras lutaram para se adaptar à nova realidade do mercado, reduzindo custos, diminuindo de tamanho, cedendo a exigências e, principalmente, reduzindo o frete.
“Por esse motivo, orientamos o transportador para que faça suas contas e adeque sua remuneração aos desafios que estão por vir. E encontre junto com os contratantes o equilíbrio comercial necessário, sobretudo neste momento, sob pena de se verem diante de situações de difícil e onerosa solução em suas operações”, alerta José Hélio.