Governo reduz recursos do Finame-PSI por ‘baixa procura’

    O programa de financiamento para compra de veículos comerciais, responsável por viabilizar de 70% a 80% das vendas do segmento no País, o Finame-PSI foi reduzido, nessa sexta-feira, 23, em R$ 30,5 bilhões os recursos destinados à linha de crédito do BNDES. Planejamento para 2015 destinava verba de R$ 50 bilhões; no entanto, após a redução, ficou em R$ 19,5 bilhões — considerando todas as operações.

    Para o caso específico de caminhões e ônibus novos, o valor destinado a grandes empresas teve o limite reduzido de R$ 8 bilhões para 1,8 bilhão; para micro, pequenas e médias empresas o valor caiu de R$ 8,8 bilhões para R$ 5 bilhões; e o Procaminhoneiro, destinado a autônomos, foi cortado de R$ 1,4 bilhão para apenas R$ 151 milhões. 

    O programa continua valendo até o fim de dezembro, mas só serão aprovados os contratos daqueles que entrarem com o pedido de empréstimo até o próximo 31 de outubro. A modalidade de requisição simplificada do PSI, em que o tomador aprova o financiamento no banco repassador mais rapidamente, já foi cancelada na segunda-feira, 26. 

    Em comunicado, o Ministério da Fazenda justificou a medida devido à baixa procura pela linha, que até setembro passado somou apenas R$ 6,8 bilhões, considerando todas as modalidades do PSI, que também contempla a aquisição de máquinas industriais, entre outros bens de capital. Como os recursos do PSI vêm do Tesouro Nacional, o governo decidiu usar a sobra do dinheiro e encerrar o programa mais cedo para cobrir o rombo fiscal.

    O tombo na procura pelo PSI para compra de caminhões e ônibus já era esperado desde o início de 2015, quando o governo reduziu bastante a atratividade da linha, aumentando a taxa de juros do programa de 6% ao ano para 10% (grandes empresas), 9.5% (pequenas e médias) e 9% (Procaminhoneiro), além de reduzir a parcela financiável, que era de 100% do valor do bem, para apenas 50% no caso de corporações de grande e 70% para as de pequeno e médio portes. O prazo máximo de 120 meses caiu para 72 meses (seis anos), com seis meses de carência para iniciar os pagamentos. A partir de março, as montadoras fizeram uma composição, oferecendo parte do financiamento pelo PSI e outra pelo Finame-TJLP, que tem taxas variáveis. 

    A linha continuou a ser a mais barata do mercado, mas a retração da economia e o grande volume de antecipação de compras em 2014 para aproveitar as condições de financiamento mais favoráveis, acabaram por reduzir muito a procura pelo PSIeste ano. Com problemas de caixa, tudo indica que o governo deve acabar de vez com o programa nos moldes atuais, passando a oferecer só o Finame-TJLP a partir de 2016.

    Fonte: Automotive Business

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