Consumidor paga por ineficiência da indústria automotiva brasileira

    As oportunidades de inovar na indústria brasileira são vastas, com possibilidades que vão da cadeia de fornecedores, passam pela produção e chegam até a ponta, na experiência do consumidor. Esta é a visão de Gabriel Lobistsky, diretor de vendas para a América Latina da Infor Enterprise Software Solutions, empresaque oferece consultoria e soluções digitais para melhorar processos.

    “Temos um desafio muito grande no Brasil não só por causa da tecnologia, mas por questões de legislação ultrapassada também”, avalia, citando as regras trabalhistas, por exemplo, que na visão dele engessam a atuação das companhias.

    O executivo aponta que, somado a este fator, há o desafio das fábricas antigas e muitas vezes defasadas principalmente na cadeia de fornecedores. “É impossível garantir 100% de aproveitamento da produção desta maneira. No fim, quem paga pela ineficiência é o consumidor”, enfatiza.

    Lobistsky destaca que é essencial trabalhar a inovação localmente com a implementação de recursos da Indústria 4.0, que engloba fábricas digitais, conectadas e altamente automatizadas, que trabalham com base em Big Data e Internet das Coisas. “A parte mais difícil nós já temos, que é o parque fabril grande e estruturado. Precisamos agora de mais tecnologia para fazer melhor uso dele.”

    O executivo reforça que outra ação essencial é melhorar a experiência do consumidor. “No Brasil ainda resistimos muito às vendas no meio digital. O cliente jovem não quer ir até a concessionária e sentar em uma cadeira para que o vendedor conduza ele em uma experiência. A geração Y prefere ela mesma pilotar as próprias experiências”, destaca. Em resumo, Lobistsky avalia que o cliente quer ter mais controle sobre a sua compra.

    Segundo Lobistsky, a dificuldade para inovar não é exclusiva do Brasil, mas algo recorrente em nações emergentes. “Estes países enfrentam bem mais barreiras. Tem também a questão de esperar para ver se dá certo lá fora, nas matrizes, antes de ousar localmente”, aponta. Ainda assim, ele diz que, com evolução tão rápida da tecnologia e da relação com o consumidor em mercados maduros, o avanço será inevitável até mesmo nos emergentes, ainda que aconteça com algum atraso.

    Fonte: Automotive Business

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