A ferrovia Transnordestina é considerada um marco da integração e desenvolvimento do Nordeste. Mas, ainda não está pronta. Em um ano de retomada de investimentos, a execução das obras apresentou uma evolução de 40% para 61% de sua conclusão. Agora, o avanço desta construção foi incluído como prioritário no setor de transportes por meio de sua inclusão no Novo PAC.
Em sua totalidade, a Transnordestina compreenderá 1,2 mil quilômetros de extensão entre as cidades de Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará. A ferrovia cortará 53 municípios dos Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. A rota será utilizada para o transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério, sendo que boa parte será destinada para os mercados de exportação.
O trecho, entre as cidades de Acopiara e Quixeramobim, no Ceará, atualmente passa por serviços de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem. Na sequência, começam os trabalhos de superestrutura, instalação de trilhos e dormentes. Dos 1.206 quilômetros que a ferrovia terá, 679 quilômetros já estão concluídos.
O avanço da obra nesta região cearense, segundo o Ministério dos Transportes, deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho. Atualmente o empreendimento registra 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local. Em 2025, no pico da construção, o número poderá passar para 23.200 empregos.
As obras da Transnordestina, que ocorriam desde 2006, foram interrompidas em 2019 e retomadas somente no ano passado. Nesta primeira etapa, 40% da ferrovia foi concluída. Com o investimento de R$ 269 milhões, em 2023, o empreendimento chegou a 61% de seu total. A previsão é de que R$ 450 milhões sejam investidos, nos próximos anos, para conclusão do braço pernambucano da estada de ferro.
Uma história de gerações passadas
A necessidade de uma conexão no Nordeste foi constatada em 1956, tanto que uma ligação entre Missão Velha (CE) e Petrolina (PE), passando por Salgueiro (PE), já constava no Plano Ferroviário Nacional. A construção do que viria a ser a Transnordestina foi iniciada em 1959. Porém, logo o projeto foi interrompido por ter sido considerado economicamente inviável. Somente cinco décadas depois, em 2006, o Governo Federal retomou o projeto da ferrovia, dando seguimento às obras. O orçamento atual do empreendimento é de R$ 15 bilhões.
Executada com capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano, a Transnordestina reduzirá os custos de transportes dos produtos provenientes dos polos industriais, minerais e de agronegócios existentes na região Nordeste.
Benefícios diretos
- Incremento do escoamento de grãos do semiárido brasileiro
- Fomento ao desenvolvimento socioeconômico do Porto de Pecém (CE)
- Aumento de competitividade do setor agrícola
- Otimização do escoamento da produção do polo de fruticultura de Petrolina (PE) e Juazeiro (CE)
- Geração de empregos