Centro tecnológico recebe R$ 23 milhões
A Continental não esperou vir à tona o programa de eficiência energética de motores veiculares, em gestação no governo, para lançar a pedra fundamental do seu Centro Tecnológico, em Salto, a 120 km de São Paulo, junto à unidade de Powertrain. Com aporte deR$ 23 milhões, acompanhia deu início à construção das instalações, que deverão estar concluídas em meados de 2012 e abrigarão cerca de cinco centenas de profissionais. Seis deles já fazem estágio na matriz alemã.
“Nosso propósito é expandir a capacidade de realizar ensaios de emissões, homologar e calibrar motores do ciclo Otto ou Diesel”, explicou Maurício Muramoto, presidente do grupo Continental no Brasil, cujo faturamento em 2010 somou 1 bilhão de euros, mobilizando 6.300 funcionários em trezes unidades. Globalmente, a receita da corporação foi de 26 bilhões de euros, obtida com um portfólio que se estende a sistemas de freios, sistemas e componentes para motores e chassis, instrumentação, infotainment, eletrônica, pneus e elastômetros.
O centro de desenvolvimento e aplicação, oitavo da organização e o primeiro do País, com 2.400 m2 construídos, estará sob o comando de Anderson Citron, diretor da Divisão Powertrain. Além de dinamômetros de chassis e motor, laboratório químico, reservatórios de combustíveis, haverá uma área para pré-condicionamento climático e câmaras para armazenar veículos leves sob temperaturas de menos 35 graus até 50 graus Celsius. “Estamos prontos para atender as montadoras locais e também importadores de veículos”, observou.
Citron não explicita o faturamento esperado com a iniciativa, mas garante que já há negócios em carteira entabulados com fabricantes de veículos. Ele garante que o lançamento do centro não representa uma antecipação ao programa do governo na área de eficiência energética: “Já estamos trabalhando há algum tempo no projeto”.
O executivo, no entanto, admite que o momento é bastante oportuno, uma vez que a maioria das montadoras possui planos para downsizing de motores, com utilização de injeção direta, turboalimentação, comando de válvulas variável e outras tecnologias, disponíveis aqui no Brasil, na divisão Powertrain, ou em unidades da Continental no exterior.
“Estou certo de que nosso centro tecnológico abreviará o período de desenvolvimento de soluções em powertrain e trará uma economia significativa a nossos parceiros comerciais”, avalia Muramoto, lembrando que a instalação local estará ligada em rede com outros centros globais da Continental, obtendo respostas em tempo real.
Sistema flex
O presidente da Continental assegura que a companhia tem disponíveis praticamente todas as ferramentas para desenvolvimento de motores localmente e não esconde que trabalha para oferecer uma solução de partida a frio para sistemas flex, como alternativa para os projetos da Bosch, Magneti Marelli e Delphi.
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