O transporte público parece estar mergulhado em uma crise sem fim. Altamente prejudicado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, o setor será ainda mais fragilizado em função dos recorrentes reajustes no preço do diesel. Na última atualização de preços, anunciada na sexta, 19, o preço subiu 15,2%.
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De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU), o aumento desse combustível inviabiliza qualquer chance de recuperação do quadro crítico das empresas de ônibus urbano em todo o país. Por isso, hoje (19/2), em nova correspondência ao presidente da República, Jair Bolsonaro, a NTU reforça o alerta do setor. Segundo a entidade, os ajustes do diesel somam um impacto de 5,8% na planilha de custos das operadoras. Vale ressaltar que o combustível representa em média, 23% dos custos operacionais das empresas de ônibus.
“Não conseguimos entender a insensibilidade do Governo Federal com um serviço essencial que garante o direito de ir e vir de 43 milhões de passageiros transportados por dia”, destaca Otávio Cunha, presidente-executivo da NTU.
Ainda de acordo com o presidente, o setor reconhece o esforço do Presidente da República, que já anunciou medida emergencial que zera tributos federais sobre o óleo diesel por 60 dias. No entanto, clama por soluções definitivas que passam pela reformulação da estrutura tributária incidente sobre o produto. Além disso, pela adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público.
“Com esse novo reajuste, o aumento acumulado no preço do combustível somará 27,5% somente este ano, ou 25,4% na comparação com os preços praticados em janeiro de 2020”, explica o presidente da NTU.