Teste com caminhão elétrico da MAN revela nova vocação brasileira

    Enquanto os europeus tornam-se cada vez mais notáveis pelo desenvolvimento de automóveis elétricos, os brasileiros começam a perceber que têm uma grande oportunidade de se destacar em projetos de caminhões e ônibus elétricos. Para WEG e Eletra, empresas brasileiras envolvidas nessa evolução, o Brasil tem conhecimento e talento suficientes para criar um polo de produção e de exportação de veículos de transporte de carga e de passageiros movidos a eletricidade.
     
    Se isso acontecer será a primeira vez que empresas nacionais terão forte atuação no desenvolvimento de um veículo, uma aptidão que historicamente ficava nas mãos das multinacionais. Com sedes em Jaraguá do Sul (SC) e São Bernardo do Campo (SP), respectivamente, WEG e Eletra foram procuradas há pouco mais de um ano pela direção da montadora alemã MAN. Ambas concordaram em formar uma parceria para desenvolver um projeto de um caminhão de entregas urbanas elétrico.
     
    O resultado, um modelo Volkswagen com capacidade para até 11 toneladas de carga e voltado a entregas urbanas, foi exibido há 15 dias. Antes de iniciar a produção desse tipo de veículo para comercialização, a marca planeja entregar dez unidades do modelo a transportares para testes durante dois anos nas ruas do país.
     
    “O Brasil pode ser um grande exportador de caminhões e ônibus elétricos”, afirma o diretor superintendente da WEG Automação, Manfred Peter Johann. A extensão territorial e o uso de rodovias como principal meio de transporte de carga no país favorecem essa vocação. 
     
    “O Brasil tem esse tipo de tecnologia há muito tempo, mas as políticas públicas para esse meio de transporte não avançaram”, afirma Ieda Maria Oliveira, gerente comercial da Eletra e responsável pela participação da empresa no e-Delivery
     
    O motor elétrico da WEG é o que faz o sistema de tração do caminhão elétrico funcionar. A energia usada pelo motor vem de baterias instaladas no veículo. Não existe, no entanto, ainda, um produtor de baterias para veículos no Brasil. No caso da MAN, o equipamento é importado da China. Mas existe grande expectativa de que o produto venha a ser produzido localmente. 
     
    A MAN está em busca de um fornecedor do equipamento adequado para o carregamento das baterias. Ao contrário de um automóvel elétrico, que pode ser recarregado numa tomada, no caso do caminhão isso levaria dias. Nos testes internos a MAN comprou um carregador desse tipo e conseguiu a recarga completa em três horas. Isso garante uma autonomia de 160 a 200 quilômetros. 
     
    O caminhão ainda não tem preço. Segundo o diretor de engenharia da montadora, Leandro Siqueira, embora o investimento inicial seja mais elevado num elétrico do que num veículo convencional, estudos mostram que os custos de manutenção são menores. A Ambev vai testar o primeiro elétrico da MAN. A segunda unidade está na Alemanha e outros oito veículos serão produzidos em breve para também participar do teste nas ruas.
     
    Projetos
     
    Outros projetos em andamento podem reforçar a vocação brasileira para a eletrificação de veículos pesados. Johann diz que a WEG já negocia com outras montadoras o fornecimento de motores movidos a eletricidade para veículos. Como fazem multinacionais do setor, a Eletra fornece ônibus que funcionam com baterias, e, ainda, um tipo de híbrido no qual é possível acionar apenas o motor elétrico quando o veículo circular em centros urbanos. A MAN também faz planos para o futuro. Segundo Cortes, a subsidiária brasileira da montadora alemã já trabalha no desenvolvimento de caminhões híbridos.
     
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