Setores da indústria automotiva se aproximam do governo Temer

    Pouco mais de um mês após a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer no Palácio do Planalto, setores da indústria automotiva, responsável por 5% do PIB, aproximam-se do primeiro escalão do governo interino.

    No início do mês, entidades que representam empresas importadoras, montadoras e fabricantes de autopeças levaram à Esplanada dos Ministérios a crise vivida por seus associados, além de uma visão dos caminhos para sair dela.

    A Abeifa, associação que abriga marcas importadas, foi a primeira a ser recebida, em uma audiência com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na ocasião, o importador da Kia Motors e presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, pediu o fim da sobretaxação de automóveis importados de países como China e Coreia.

    A Anfavea, entidade das montadoras, ainda não teve seu encontro com Meirelles, da mesma forma que aguarda resposta à solicitação de audiência com o presidente da República em exercício. No entanto, Antonio Megale, presidente da associação que abriga os fabricantes de veículos, se sentou há duas semanas com o ministro da Indústria, Marcos Pereira.

    No mesmo dia em que ouviu as considerações da Anfavea, o titular da pasta responsável pelas políticas industriais recebeu o empresário Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, agremiação dos fornecedores de componentes automotivos. Nesse caso, houve confluência na ideia, agora encampada pela Anfavea, de que a fragilizada indústria de peças seja contemplada por estímulos na renovação do regime automotivo, a vencer no fim do ano que vem.

    Já as negociações em torno do acordo automotivo com a Argentina representam o primeiro embate que o novo governo e essa indústria travam em conjunto. Depois de reuniões de caráter mais técnico monitoradas in loco pelo setor privado – Anfavea incluída – na capital Buenos Aires, os dois países têm até a próxima quinta-feira, 23, quando vencem as regras em curso, para alinhar um consenso.

    Independentemente do que pode acontecer no acordo com a Argentina, dirigentes de montadoras, assim como de multinacionais do setor de autopeças, vêm manifestando declarações de confiança sobre a mudança de rota na política brasileira. Em geral, sem terem nos números do mercado qualquer sinal de reação, projetam dias melhores com base numa pacificação política não sugerida pelos últimos avanços da Lava-Jato, cujo alcance chegaà cúpula do PMDB no Legislativo e ao próprio Temer.

    A Anfavea, em sua última apresentação de resultados à imprensa, avaliou que existe a possibilidade de o setor reagir ainda neste ano. Fundamenta essa expectativa na perspectiva de um quadro de maior estabilidade política e econômica que devolveria confiança aos consumidores, desatando assim o grande nó da crise atual.

    Há otimismo de que a agenda de ajuste macroeconômico passe a evoluir no Congresso, bem como aprovação unânime à composição da equipe econômica escalada por Temer e sua capacidade de restaurar a credibilidade do país.

    Fonte: Valor Econômico

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