Obrigatoriedade de ABS em veículos pode ser mantida para 1º de janeiro

    Depois das reações do mercado, Mantega deve desistir do adiamento

    O imbróglio criado por Guido Mantega, ao anunciar um possível adiamento da obrigatoriedade na instalação de sistemas ABS e airbags em 100% dos carros novos fabricados no País a partir de 2014, pode ser desfeito na terça-feira, 17, pelo próprio ministro da Fazenda. A reviravolta no caso, a favor da manutenção da norma, admitida por fontes do mercado, seria o resultado das pressões exercidas por setores do próprio governo, como o Ministério das Cidades (ao qual está subordinado o Contran), parcela significativa da indústria, entidades setoriais, consultores especializados em segurança e segmentos da sociedade que enxergam o risco associado ao adiamento cogitado.

    Possivelmente, nem mesmo a solução intermediária de 80% para 2014 e o restante para 2015 prevalecerá. Hoje a obrigatoriedade de ABS e airbags frontais é para 60% da produção. Cairiam por terra, assim, argumentos pouco defensáveis a favor do adiamento da norma, como um aumento de preço dos veículos, calculado entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, causando inflação e desemprego causado pela interrupção na montagem de veículos como a Kombi, o Gol G4 e Fiat Mille.

    O mercado sinaliza que a aplicação da norma promove a criação de postos de trabalho em novos segmentos e o preço de ABS e airbag tende a cair com o aumento do volume de produção. Paralelamente ao avanço no conteúdo dos veículos, ocorrerá uma qualificação no emprego, com a demanda de profissionais mais especializados. Mas os benefícios da legislação de segurança vão muito além, como evitar acidentes e preservar vidas e danos materiais. Calcula-se em mais de 40 mil o número de vítimas fatais em acidentes de trânsito no País, argumento que deve colocar a Anfavea a favor da norma de obrigatoriedade do ABS e airbags já em 2014.

    “ABS e airbags são indispensáveis como itens de segurança e estão presentes nos veículos de países desenvolvidos”, alertou Stephan Keese, diretor da Roland Berger. Concorda com ele José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, em análise publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

    Antonio Megale, presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, que em 2009 foi uma das responsáveis pela criação da Resolução 311 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), prevendo a obrigatoriedade do uso de freios ABS e airbags dianteiros para 100% da produção nacional de veículos a partir de 2014.

    FONTE: AUTOMOTIVE BUSINESS

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