Custo das empresas com logística é mais alto no Nordeste, segundo Anelog

    As empresas do Nordeste gastam, em média, 30% do seu faturamento para pagar os custos de logística, que inclui o transporte, o manuseio e o estoque de cargas. No Sul e Sudeste, este percentual varia de 12% a 15% de acordo com uma pesquisa feita pela Associação Nordestina de Logística (Anelog) que foi apresentada na palestra A Logística e Seus Desafios no Nordeste na útlima quarta-feira, 21. “A região perde competitividade. E o custo dos produtos se tornam mais caros para o consumidor final”, explica o presidente da Anelog, Fernando Trigueiro.

    As despesas com logística são incorporadas nos preços do produto final ao consumidor. Se esse custo é quase o dobro no Nordeste significa que o custo de produção é mais alto para as empresas. “Estamos pagando pelas ineficiências da região. Não usamos ferrovia nem hidrovias que são transportes que têm o custo mais barato”, argumenta Trigueiro.

    No Brasil, 63% de todos os produtos são transportados por rodovias. No Nordeste, este percentual é de 61%.

    Estradas

    Também impacta diretamente no custo da logística no Nordeste as precárias condições das estradas. Um levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que 62% das estradas pesquisadas no País são consideradas regulares, ruins ou péssimas num ranking elaborado pela instituição em 2014 e algumas das piores rodovias estão na região.

    “As rodovias brasileiras foram projetadas para aguentar até 60 toneladas por metro linear. Atualmente, há caminhões transportando 100 toneladas por metro linear. Isso significa que se essa estrada foi planejada para durar 20 anos, vai se acabar em 10”, afirma Paulo Roberto, especialista na área.

    Nem todos os problemas da logística são por causa da precária infraestrutura. A gestão das empresas do setor e uma formação precária do pessoal contribuem para uma qualidade deficitária do serviço.

    “A gestão deveria estar integrada com a tecnologia da informação”, defende Trigueiro. E conclui: “O empresariado local acha que pode fazer de tudo e deveria contratar quem entende para fazer a parte de logística”.

    Fonte: Jornal do Commercio/PE

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