Transporte terrestre foi o setor mais beneficiado pelo BNDES

    O transporte terrestre foi o setor mais beneficiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) do início de 2007 até o final de 2014, recebendo R$ 183,4 bilhões de empréstimos com juros subsidiados.

    A quantidade de empregos do ramo – que engloba a locomoção de passageiros e cargas por rodovias, ferrovias e dutos -, por sua vez, cresceu 49,6% no período.

    “O BNDES está financiando pontualmente, conforme a demanda, mas sem plano de integração, sem uma política que vise ao desenvolvimento econômico”, apontou o economista Evaldo Alves, professor na Fundação Getulio Vargas (FGV). E completa: “No transporte, por exemplo, tem que privilegiar estradas e ferrovias que dão maior escoamento à produção”.

    De acordo com Andrew Storfer, diretor de Economia da Anefac, o investimento em infraestrutura ajuda, no longo prazo, a reduzir a inflação e os gastos tanto do governo, quanto do setor privado, com a melhora da produtividade.

    “Mas, para que as empresas invistam em infraestrutura, é preciso reduzir o custo de capital delas. Então, se o governo gastar mais hoje dando empréstimos com juros subsidiados para esse tipo de investimento, isso pode trazer retorno no futuro”, avaliou. “Os gastos com manutenção de um caminhão que viaja por uma estrada esburacada ou o tempo que ele leva para fazer a viagem podem ser reduzidos, por exemplo.”

    Almir Khair, especialista em finanças públicas, ressaltou que, embora a intenção de financiar o setor de infraestrutura seja boa, a fonte dos recursos usados para subsidiar os juros deve ser repensada.

    “Quando o governo emite títulos públicos, ainda mais com a taxa de juros estratosférica que está pagando hoje, ele endivida toda a sociedade”, disse.

    A taxa média dos financiamentos do BNDES de 2007 a 2014 foi de 2,84% ao ano somado ao chamado “custo financeiro”, como a Taxa de Juros de Longo Prazo (que ficou entre 5% e 6,5% no período) ou uma taxa fixa – algumas operações, contudo, não tiveram custo. A inflação do período ficou em 50,75%.

    Setor automobilístico

    O mapeamento feito pelo DCI aponta ainda que, entre os 10 setores mais privilegiados, o setor que menos gerou emprego foi a indústria automobilística, com alta de 27,6% no postos de trabalho, depois de R$ 40,8 bilhões em crédito.

    Fonte: ANTP

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