TCU quer barrar renovação das concessões de rodovias

    O Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União querem barrar a tentativa do governo de renovar, sem licitação, as atuais concessões de rodovias federais. Está pronta em Brasília uma medida provisória que estende o período de concessão de estradas, como a Rodovia Presidente Dutra, sem a necessidade de um leilão com outras empresas. O MPF e o TCU consideram a medida inconstitucional, porque fere princípios básicos, como o da livre concorrência.
     
    A MP que está na gaveta da Casa Civil antecipa a renovação de contratos que vencem a partir de 2021, dando mais prazos para as atuais concessionárias. O argumento do governo é de que um novo processo de licitação seria demorado e a renovação garante investimentos imediatos. O Estado apurou, no entanto, que o Ministério Público e a corte de contas veem uma série de razões para barrar essa prorrogação automática.
     
    Além de privilegiar uma situação na qual haja concorrência entre interessados, o TCU cobra a entrega de compromissos pelas atuais concessionárias, como a CCR Nova Dutra, que atua na BR-116 entre São Paulo e Rio, e a Concer, que opera 180 km entre Rio e Petrópolis. Em auditoria, o TCU afirma que os primeiros contratos dessas duas rodovias que começam a vencer daqui a cinco anos têm descumprido regularmente as metas de execução de projetos obrigatórios anuais assumidas com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que fiscaliza esses empreendimentos.
     
    A renovação é tratada como prioridade pelo governo, que vê na renovação de concessões de infraestrutura a tábua de salvação para combater os índices alarmantes de desemprego e a falta de investimentos. As primeiras reações do MPF e do TCU, porém, fizeram acender uma luz amarela dentro do Palácio do Planalto sobre o plano de acelerar o processo com uso de uma medida provisória. Esse tipo de recurso foi usado pela última vez em 2012, com a polêmica MP 579 do setor elétrico, culpada até hoje por boa parte da confusão financeira que contaminou todo o setor.
     
    Fonte: O Estado de São Paulo
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