Setor automotivo prepara novos investimentos para 2017

    Perto de fechar o ano com queda na produção superior ao esperado, vendas retrocedendo aos níveis de uma década e ociosidade recorde de mais de 50% nas fábricas, a indústria do setor automotivo prepara novos investimentos no País. É um sinal, segundo as fabricantes, da confiança de que o mercado brasileiro voltará a crescer, ainda que demore.

    No prazo de um mês, três montadoras, a MAN Latin America, a Toyota e a Volkswagen, anunciaram projetos que vão consumir R$ 9,1 bilhões nos próximos cinco anos. “Novos anúncios devem ocorrer nos próximos meses”, afirma o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

    Segundo ele, o setor aposta na melhora da economia e no retorno do crescimento das vendas de veículos, embora admita não saber a velocidade exata com que isso ocorrerá. “O mercado deve começar a melhorar em 2017, com pequeno crescimento – de um dígito –, e voltará a crescer de forma mais importante a partir de 2018”, prevê o executivo. Para ele, uma expectativa de recuperação mais cedo está sendo barrada pela instabilidade política. Ele vê a reforma da Previdência e o corte de gastos públicos como medidas necessárias para o futuro econômico do País.

    Segundo Megale, a produção esperada para este ano, de 2,3 milhões de veículos, será menor entre 100 mil a 150 mil unidades. É o volume que uma “associada”, diz ele, deve perder este ano por ter paralisado a produção por várias semanas em razão de desentendimento com um fornecedor. Trata-se da Volkswagen, que rompeu contrato com seu único fornecedor de estrutura de bancos.

    O nível de emprego reduziu o ritmo de queda, pois a maioria das montadoras já fez ajustes profundos no quadro de funcionários. Só este ano foram fechadas 7,2 mil vagas e o setor emprega atualmente 123,3 mil pessoas. Além disso, as montadoras têm 5,2 mil trabalhadores inscritos no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz jornada e salários, e 2,2 mil em lay-off (contratos suspensos).

    “Com os novos investimentos e possível volta de alguns turnos de trabalho que foram suspensos, a tendência é de abertura de novos postos de trabalho”, diz o presidente da Anfavea.

    Fonte: O Estado de S. Paulo

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