Setor automotivo dialoga para criar propostas do Rota 2030

    As montadoras e os fabricantes de autopeças dialogam para entregar ao Governo Federal uma proposta de política industrial que acomode os interesses da cadeia automotiva no Programa Rota 2030. Segundo as entidades que representam os dois setores, há convergência entre as empresas.
     
    O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Dan Ioschpe, afirma que o setor espera que o programa dê suporte para a busca de uma competitividade sistêmica. “De um modo geral, montadoras e fabricantes de autopeças estão convergindo nesse tema”, disse.
     
    Um dos principais pontos do Inovar-Auto, que acaba ao final deste ano, é a exigência de conteúdo local para abatimento de 30 pontos do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, o que, em tese, fortaleceria a cadeia. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, o Inovar-Auto não gerou os efeitos esperados. “O adensamento da cadeia produtiva era o objetivo do programa, mas as compras locais não aconteceram conforme prevíamos”.
     
    O profissional salienta que o Sindipeças e a Anfavea estão dialogando para elaborar uma proposta de política industrial ao setor. Segundo ele, duas das propostas para o Rota 2030 são uma espécie de Programa Especial de Regularização Tributária (Refis) para empresas da cadeia que estão em dificuldades e programas de gestão já realizados com sucesso por empresas como a Bosch, por exemplo, que ajudou 25 de seus fornecedores em um amplo projeto.
     
    Ioschpe pondera que a busca por competitividade na cadeia é o principal foco do Sindipeças para o Rota 2030. “Nossas sugestões ao governo estão centradas na previsibilidade”, pontua. O dirigente acrescenta que, devido à drástica queda da produção de veículos no País, a indústria de autopeças enfrentou nos últimos anos a pior crise de sua história. “Mas os fabricantes demonstraram grande resiliência e cumpriram seu papel na cadeia automotiva. E neste momento de retomada têm feito o mesmo”.
     
    Para o presidente do Sindipeças, as principais expectativas para o Rota 2030 são a definição de um programa de longo prazo, além do esclarecimento dos requerimentos de segurança, eficiência, níveis de emissões e conectividade para a comercialização de veículos no mercado brasileiro.
     
    Contudo, os executivos de montadoras vêm afirmando que os fabricantes de autopeças que não estiverem preparados para atender às novas plataformas globais ficarão de fora de futuros projetos. “Todos os tiers da cadeia de fornecedores têm condições de atender às montadoras, cada um com suas características”, garante Ioschpe.
     
    Ioschpe pondera que não há previsão de retorno do recorde de 3,8 milhões de veículos no mercado doméstico, alcançado em 2012. “É difícil fazer esse tipo de previsão, mas vale ressaltar que a recuperação dos volumes neste ano está superando as nossas expectativas”, finaliza.
     
    Fonte: DCI
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