Roubo de carga aumenta custo de prevenção no Brasil

    A diminuição no volume de mercadoria transportada e o aumento da incidência de roubos impuseram uma nova realidade para seguradoras e transportadoras no país. Nos dois últimos anos, o setor vem enfrentando aumento de custos com práticas de prevenção, gerenciamento de risco e seguro.
     
    O cenário piorou na maioria dos países, mas o Brasil atualmente é o oitavo lugar com maior risco de roubo de carga no mundo, melhor avaliado apenas do que países em regiões de conflito como Síria, Iêmen, Líbia, Afeganistão, Sudão do Sul, Somália e Iraque. São cerca de 20 mil ocorrências por ano com prejuízo estimado de R$ 1,5 bilhão.
     
    Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram mais de 80% dos eventos, segundo levantamento da JCC AnnualCargo Forum. “E com respeito à comercialização, o Brasil é praticamente um caso único no mundo, tendo em vista o complexo ambiente regulatório”, avalia Omar Mendoza, diretor de marine da Chubb. Em outros países, a cobertura de importação, exportação e trânsito nacional pode ser emitida em uma apólice única. No Brasil, não.
     
    O cenário tem provocado mudança de postura nos dois extremos na cadeia. De um lado as seguradoras exigem que as transportadoras e fabricantes adotem práticas que possam diminuir essas ocorrências, como monitoramento da carga, rastreamento do veículo via satélite, trava do baú, trava de quinta roda, dispositivos como sirene, baú blindado e “iscas”.
     
    Sem isso, alguns seguros chegam a ser rejeitados ou mesmo inviabilizados devido ao alto custo de cobertura.
     
    Principalmente os mais visados como alimentos, cigarros, eletroeletrônicos, farmacêuticos, químicos, metalúrgicos, têxteis, autopeças, combustíveis e bebidas. Na outra ponta, as transportadoras reclamam dos altos custos implícitos em toda a operação, o que tem provocado a paralisação de algumas empresas. “As taxas de seguro devem ter aumentado cerca de 25% nos últimos 16 meses. Com sintomas de aumentar mais, porque o roubo de carga continua crescendo, as apólices são superavitárias, o seguro é obrigatório e as companhias não fazem nenhuma concessão”, reclama o vice-presidente da NTC& Logística, Urubatan Helou.
     
    Nas contasda entidade, em 70% dos casos, uma mesma mercadoria recebe três averbações de seguro, o que o torna um dos componentes mais caros para o transporte de carga no Brasil e pode variar de um estado a outro e de produto a produto. “A diferença de preços pode chegar a 50% entre um Estado do Nordeste e o Rio de Janeiro, região considerada altamente crítica”, afirma Helou.
     
    Fonte: Valor Econômico
     
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