Indústria melhora, mas está longe da recuperação da crise

    Pelo quarto mês seguido, a produção industrial registrou crescimento, de 1,1% de maiopara junho. Entretanto, ainda acumula uma retração de 9,1% no ano, com pior primeiro semestre desde 2009. Para que esse crescimento seja chamado de recuperação, a indústria ainda tem que vencer desafios. Entre eles, números como 531,76 mil demissões de janeiro a julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged); e 22,4% da população superendividada, de acordo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

    “Essa melhora mensal indica que a indústria parou de cair em queda livre e iniciou um processo de estabilização. Mas o grau de devastação acumulado no setor produtivo ainda é tão vasto, que demora muito para chegar à franca expansão”, analisa o professor de economia do Ibmec, Reginaldo Nogueira.

    O coordenador dos cursos de gestão da Newton Paiva, Leandro César Diniz da Silva, afirma que, apesar de ser apenas 1,1% de crescimento no mês, o número tem um gostinho de reversão de um cenário negativo. Mas, segundo ele, ainda demora para que o brasileiro sinta efeito prático no dia-a-dia. “Se persistir, automaticamente a demanda vai voltar a subir e a indústria terá necessidade de voltar a produzir mais. Então, vai gerar emprego e mais renda para fazer a roda da economia voltar a girar”, avalia.

    Segundo o coordenador da de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo, os quatro meses positivos representam um incremento de 3,5%. “Mas ainda há uma perda importante a ser recuperada, devido aos resultados negativos mais intensos observados desde 2015. Claramente ainda permanece um perfil disseminado de taxas negativas na maior parte das atividades industriais”, comenta.

    Fonte: O Tempo

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