Comil encerra produção em Lorena por tempo indeterminado

    Por causa da redução das vendas e produção de ônibus, devido à crise econômica e à restrição de financiamentos, a fabricante de carrocerias Comil anunciou nesta quinta feira, 28, que encerrou a produção de ônibus urbanos na fábrica de Lorena, no interior de São Paulo.

    Aproximadamente 200 trabalhadores devem ser demitidos. Cerca de 25 funcionários vão ser mantidos para o momento de transição dos negócios e conservação do patrimônio. Já 20 trabalhadores que eram da sede da empresa em Erechim e estavam em Lorena, voltam para o Rio Grande do Sul.

    A Prefeitura de Lorena, em nota, informou que os incentivos fiscais adotados para implantação da empresa, que tem sede Erechim, no Rio Grande do Sul, foram legais e que o poder público fez de tudo para que a empresa se mantivesse no interior paulista.

    As operações da encarroçadora continuam na sede gaúcha. A Comil funcionava em Lorena desde dezembro de 2013. Os investimentos foram de R$ 110 milhões.

    Segundo representantes da Comil, tão logo a situação da economia do País melhore, aquecendo o mercado novamente, a planta de Lorena pode voltar a produzir. Enquanto isso, a planta em Erechim absorve as encomendas de urbanos. A Comil diz que não haverá atrasos na entrega das encomendas.

    A empresa diz que teve crescimento de participação no mercado no ano passado, mas que o volume total de vendas está menor, afetando outras fabricantes.

    A Marcopolo Rio, que também faz ônibus urbanos, na antiga planta da Ciferal, adotou o regime de layoff, suspensão temporária de contratos de trabalho, entre os dias 06 de janeiro e 06 de junho deste ano.

    Confira abaixo a nota da Comil

    “A Comil anunciou hoje a paralisação das atividades de fabricação da sua Planta Industrial de Lorena, necessária devido à crise sem precedentes do mercado do ônibus no país que, associados a outros fatores políticos, sociais e econômicos, reduziram o mercado interno de ônibus em 16% em 2014 e 45% em 2015, somando mais de 50% nos últimos dois anos, agravado por forte redução nos preços praticados no mercado de carrocerias e sem perspectivas de retomada do mercado a médio prazo.

    Ao longo dos últimos meses a Companhia, Funcionários e Entidade Sindical adotaram diversas ações na tentativa de superar ou minimizar o forte impacto da instabilidade econômica objetivando manter a atividade industrial. Infelizmente, estas ações, associadas aquelas adotadas na unidade matriz, não foram suficientes para compensar a brutal queda no mercado de ônibus e a consequente redução no volume de produção, tornando insustentável a continuidade das atividades industriais da planta de Lorena.

    Ao longo de 2015, a Prefeitura envidou esforços para auxiliar a Comil a buscar soluções para reduzir o impacto desta forte crise que estamos enfrentando. Porém, em virtude de todo o contexto não há mais que possamos fazer e nem o poder público de Lorena.

    A Companhia lamenta se somar a outras empresas que, diante deste cenário, também encerraram atividades e fecharam estabelecimentos, especialmente considerando o elevado investimento feito na região.

    Embora todas as dificuldades decorrentes, a Companhia está envidando todos os esforços para minimizar os impactos decorrentes da decisão ora comunicada e garantir o cumprimento de todos os deveres trabalhistas e sociais, como sempre o fez. Será mantido alguns funcionários para realizar as atividades de transição e conservação do patrimônio.

    A Comil reafirma o seu compromisso com o mercado nestes mais de 30 anos de atividade e reforça que a Planta de Erechim, que conta com capacidade de produção de 4.000 ônibus/ano, segue operando, produzindo todos os modelos de carrocerias e atendendo todas as demandas do mercado interno e externo.

    A Companhia desde já expressa o infinito agradecimento pela dedicação de seus funcionários, e apoio da comunidade e administração pública local.”

    Fonte: Blog Ponto de ônibus

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